Fibra ótica no rio Solimões leva internet ao interior do Amazonas

No total, 240 km de fibra ótica conectam as cidades de Coari e Tefé (AM). Projeto federal quer diminuir custos de internet na região


Tecnologia - 27/07/2016
Atualmente, a rede de fibra ótica atende apenas Manaus, enquanto outras cidades pagam caro por internet via satélite
Atualmente, a rede de fibra ótica atende apenas Manaus, enquanto outras cidades pagam caro por internet via satélite - Créditos: Exército/divulgação
     MANAUS - Um dos maiores projetos de fibra óptica subaquática do mundo, o programa Amazônia Conectada completou um ano em julho com o primeiro trecho de 242,5 quilômetros concluído.
    A fibra interliga os municípios de Coari a Tefé via leito do rio Solimões. A expectativa é que a infraestrutura de telecomunicações beneficie 144 mil pessoas nos dois municípios.
    Segundo o diretor-geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões, o projeto deve fazer despencar o preço da internet no interior do Amazonas. "Os custos das conexões de satélites, que hoje sai por algo entre R$ 3 mil e R$ 5 mil o preço do megabyte, passarão, com o cabo óptico, a aproximadamente R$ 50 por mês. Teremos aumento da velocidade e mais qualidade na comunicação por preços menores", explica.
    Além disso, Simões avalia que a conexão proporcionada por esse primeiro trecho de cabos entre vários institutos como o Mamirauá, Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e a Universidade Federal do Amazonas, “é absolutamente estratégico”. “É uma ideia estruturante para aquela região", afirma.
    Segundo o general-de-brigada Decílio de Medeiros Sales, “com essa infraestrutura chegando hoje a Tefé, vamos cobrir mais de 100 escolas públicas, diversos órgãos, cinco ou seis institutos de pesquisa”, avalia.

Dados
     O cabo subfluvial de 390 toneladas ligando os municípios faz parte da infovia do rio Solimões, uma das cinco que fazem parte dos planos de internet do governo federal para passar pelos leitos dos rios que cortam a Amazônia. Somente no Solimões, há a intenção de atender a 15 municípios.
     Após mais de três dias de navegação, a tarefa foi realizada com uso de uma balsa, guindastes, containers de equipamentos e o imenso "carretel" de 242,5 quilômetros de cabo, lançado a uma média de 500 metros por hora no leito do Solimões de modo constante.

Próximos passos
    RNP e Exército se preparam agora para a próxima etapa do programa, que prevê a instalação do cabo óptico subfluvial entre Manaus e Coari, interligando um trecho de 400 quilômetros. A meta do programa é estender redes subfluviais ópticas por aproximadamente 7,8 mil quilômetros dos principais rios, beneficiando 3,8 milhões de habitantes em 52 municípios.
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