Há seis anos, Roth conquistava a América com Inter. Hoje, tenta evitar rebaixamento inédito

Treinador que já trouxe muitas alegrias aos torcedores colorados, tem a árdua missão de fazer a equipe voltar a vencer e livrar o Internacional do fantasma da 2ª divisão


Esporte - 18/08/2016
O técnico colorado, Celso Roth
O técnico colorado, Celso Roth - Créditos: Foto Divulgação
     De volta ao Internacional, Celso Roth tem a missão de evitar um inédito rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Há exatamente seis anos, ao chegar ao clube, a situação era bem diferente. Tinha diante de si a semifinal da Copa Libertadores e a chance de conquistar o título mais importante de sua carreira. Foi o que aconteceu na final diante do Chivas-MEX, no Beira-Rio.
     A equipe gaúcha venceu os dois duelos decisivos. Primeiro por 2 a 1, em Guadalajara, no México. Depois por 3 a 2, de virada, em Porto Alegre. 
     "Poucos treinadores no Brasil tem essa conquista, é um orgulho fantástico. Fiquei muito empolgado com a nossa saída do hotel para o estádio. Aquilo foi inesquecível, a torcida nos acompanhou o tempo todo. Depois do jogo ninguém queria ir embora (risos)", contou o treinador, ao ESPN.com.br.
     Durante a cerimônia de premiação, um gesto de Pelé fez o comandante, com fama de durão, se emocionar. 
     "Uma coisa que me marcou demais foi o beijo no rosto que ganhei do Rei Pelé, eu não esperava aquilo. Toda vez que lembro daquela partida, lembro do Pelé, porque foi o maior de todos e teve um gesto muito bonito", recorda. 
     Antes do confronto fora de casa, o treinador fez uma palestra sobre uma situação pouco comum naqueles tempos, mas que virou moda nos estádios brasileiros.
     "Todo tiro de meta do adversário a torcida inteira deles chamava o goleiro de 'puto'. Eu falava para eles: 'Nós não vamos deixar a torcida nos chamar disso (risos). Nós vamos fazer o goleiro deles ter que bater muitos tiros de meta'. Foi a última vez antes do Atlético Nacional-COL que um time venceu as duas partidas da final da Libertadores".
     Para ser campeão naquele ano, os comandados por Celso Roth precisaram superar o gramado sintético na primeira partida da final. 
     "Ninguém até então tinha jogado nesse tipo de piso. A situação foi difícil e chegamos vários dias antes para treinar, mas, por incrível que pareça, foi uma das melhores apresentações tecnicamente do Inter. Conseguimos uma qualidade tão alta que o Chivas teve que mudar o modo de jogar aqui em Porto Alegre", relata.
     "O Chivas foi amarrado e superado, mesmo com o campo. Estávamos com um astral muito bom e com os jogadores voando. Eles são as verdadeiras estrelas do esporte. Quando eles estão direcionados e com foco, as coisas ficam muito mais fáceis", decreta.
     Ainda naquele ano, o Inter foi eliminado na semifinal do Mundial de Clubes para o Mazembe, mas Roth permaneceu no cargo até o ano seguinte, quando foi demitido.
     De volta ao clube gaúcho, Celso Roth agora precisará contornar uma situação muito dfícil. O Inter não ganha há 12 partidas e está apenas um ponto acima da zona de rebaixamento. Na estreia diante de Chapecoense, a equipe saiu derrotada por 1 a 0 fora de casa.
     "Eu acho que nós temos um turno todo, uma pontuação difícil, mas é absolutamente administrável. Tudo é possível com a integração do grupo. Quando fala-se de Celso Roth, pensa-se em volantes, em zagueiros... Eu sempre apregoei a palavra 'equilíbrio'. Sem isso, um time não chega ao objetivo. Não podemos perder o jogo ou levar gols. Sempre mais fácil montar uma equipe defensivamente do que ser criativo. Isso que sempre falei", disse, na entrevista coletiva de apresentação.
     O treinador, que estava sem clube desde que deixou o Vasco da Gama no meio do ano passado, substituiu o ídolo Paulo Roberto Falcão no cargo.
     "O Internacional está passando por provações. Nós temos que passar por isso. Ainda falta mais alguma coisinha, e só o trabalho é o que resolve. Às vezes a gente trabalha, trabalha e as coisas não vem. A vida é assim, e o Internacional está passando por isso", declarou o comandante.
     A próxima partida do Inter será contra o São Paulo, no domingo (21) às 16h (de Brasília). É o mesmo adversário eliminado nas semi-finais de Libertadores de 2010.
     Roth espera que seja um sinal de mudança na sorte colorada.
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