De novo, a torcida deu show. Num sábado à noite, quase 35 mil colorados foram pro Beira-Rio apoiar o time nessa luta pra fugir do rebaixamento. Gostei que a participação começou com a devida vaia para Celso Roth, atitude corretíssima diante da sequência de resultados ruins e declarações lamentáveis. Com isso, o torcedor mostrou que está fechado com os jogadores, mas não quer nem saber do técnico e dessa diretoria incompetente. Perfeito! 


    O apoio da torcida contagiou o time, e o gol saiu na jogada mais manjada do Inter: William avança, Ferrareis faz a parede, William vai até a linha de fundo e cruza rasteiro, na marca do pênalti, para Vitinho pegar de primeira e fazer aquele que seria o gol da vitória. Vitinho, por sinal, foi a grande notícia do Inter no sábado. Minutos depois, fez uma baita jogada pela esquerda e cruzou na feição pro William, que só perdeu o gol porque a qualidade que tem na assistência lhe falta pro arremate. Depois do gol, essa foi a melhor oportunidade do Colorado no jogo.


    Outro que se destacou, pra mim, foi Alex. Mostrou liderança, assumiu a responsabilidade, reclamou, orientou o time, fez um sem número de faltas… enfim, se matou em campo pra ajudar o time. Louvável. Porém, a presença dele na linha de três meias, ao meu ver, prejudicou o rendimento do Seijas e deixou o ataque totalmente dependente do Vitinho. Jogando centralizado, Alex muitas vezes foi o segundo atacante; mas, nas duas vezes que entrou na área, arrematou sem perigo pro goleiro.


    Diferente fez Seijas, que, na primeira vez em que teve a bola dominada dentro da área do Figueira, exigiu uma grande defesa do goleiro. Me incomodou ver o venezuelano, que já foi decisivo em outras partidas, longe do gol adversário. Pra mim, é uma questão que o Roth ainda precisa resolver. Mas confesso que nesse sentido mantenho o pessimismo. Roth demorou pra mexer no time e permitiu que o Figueirense "gostasse do jogo", como se costuma dizer. Menos mal que o adversário é tão ruim quanto nós, e não conseguiu aproveitar o bom momento na partida.


    O que ficou claro pra mim é que não dá pra esperar nada da comissão técnica e da direção. Esqueça Roth, Piffero, Fernando Carvalho, Ibsen e toda SWAT. Só quem pode salvar o clube de um rebaixamento quase certo é a TORCIDA, que comprou a briga e vai abraçar o time até o fim.


Se depender do torcedor colorado, o Inter não cai.
E neste momento, é isso que importa. Texto de Fabrício Kichalowsky