Santa Clara começa obras de laticínio em Casca

Local terá capacidade de processar até 600 mil litros de leite. Ao longo dos anos a estrutura será ampliada para receber a produção de outros produtos como queijos, achocolatados, creme de leite, entre outros


Carlos Barbosa - 11/01/2017
O diretor administrativo da Santa Clara, Alexandre Guerra
O diretor administrativo da Santa Clara, Alexandre Guerra - Créditos: VIRGINIA SILVEIRA/COOPERATIVA SANTA CLARA
      A cooperativa Santa Clara iniciou, neste mês, as obras da unidade industrial de laticínios que irá operar no município de Casca. A atividade comercial do complexo está prevista para ocorrer no segundo trimestre de 2018. A estrutura terá uma capacidade instalada para processar até 600 mil litros de leite diariamente, porém, em um primeiro momento, irá trabalhar com metade desse volume.
     Inicialmente, o foco será na produção de leite UHT e formulados (achocolatados, creme de leite UHT e bebidas lácteas de 200 ml). Em uma próxima etapa, a fábrica também atuará com outros itens, como, por exemplo, queijos. O diretor administrativo e financeiro da Santa Clara, Alexandre Guerra, ressalta que a planta crescerá de forma gradativa e deverá alcançar a sua produção total dentro de seis anos.       
     Posteriormente, a unidade, que possui uma área construída de 22 mil metros quadrados, já prevê ampliações para chegar a 1 milhão de litros industrializados por dia.
     Guerra detalha que o planejamento envolvendo equipamentos, como os de tratamento de efluentes e caldeiras, foi feito para atender à necessidade de expansão mais adiante. "É uma indústria projetada para o futuro da Santa Clara", enfatiza. Hoje, a cooperativa industrializa em torno de 750 mil litros de leite diariamente, que resultam em uma linha de mais de 140 produtos.
     Durante a construção da planta em Casca, a perspectiva é que sejam gerados mais de 200 postos de trabalho e na operação mais 145 empregos diretos deverão ser criados. O investimento no empreendimento é estimado em R$ 115 milhões, sendo que R$ 70 milhões serão financiados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A Santa Clara optou por fazer o complexo na região devido à robusta bacia leiteira do entorno. A fábrica também implica uma vantagem logística para a companhia, pois o leite industrializado ali pode ir direto para outros estados, e o produto feito na matriz, em Carlos Barbosa, pode abastecer o Rio Grande do Sul.
      Sobre o potencial de vendas no mercado nacional, Guerra recorda que o Brasil é um importador de lácteos. "Ainda vai levar anos para sermos autossuficientes", frisa. O executivo acrescenta que a expectativa é que a população cresça e ocorra uma melhora de renda. O diretor informa que o brasileiro consome ao ano, em média, 176 litros entre leite fluido e inserido em produtos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 220 litros.
      As obras da fábrica estavam previstas para começar no ano passado, no entanto Guerra afirma que o atraso deveu-se à legalização do processo e à terraplanagem, que demorou mais do que se esperava.  
     Atualmente, a Santa Clara capta leite em 105 municípios gaúchos, contando com 3,3 mil produtores associados em atividade. A cooperativa possui indústrias em Carlos Barbosa e Getúlio Vargas, com um mix de produtos de laticínios e frigorífico de 320 itens. Em 10 de abril deste ano, a Santa Clara completa 105 anos de existência.
 
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