Ritual de digitar seu código secreto pode estar com os dias contados

Entre as inovações estão a 'chave ocular' que identifica a pessoa por leitura ocular e outro sistema que usa a rede de veias da mão como método de identificação


Tecnologia - 28/01/2017
Novos métodos de identificação estão sendo desenvolvidos para substituir a digitação dos códigos secretos
Novos métodos de identificação estão sendo desenvolvidos para substituir a digitação dos códigos secretos - Créditos: Pixabay
     Quem nunca se irritou ao ter que decorar diferentes códigos secretos, cada vez mais complexos? A imprensa francesa desta semana se interessou pelo tema e mostra vários métodos alternativos.
     Com o título “os códigos secretos do futuro”, a revista Week-End do jornal francês Les Echos traz uma lista das inovações do mercado. Segundo a reportagem, o assunto interessa os gigantes do comércio online, da telefonia e da informática, que procuram simplificar os sistemas de reconhecimento de seus clientes se voltando para métodos biométricos.
     Um dos exemplos é o da identificação por meio do branco dos olhos. “O dispositivo analisa a rede de vasos sanguíneos e outros atributos que continuam estáveis em cada indivíduo durante vários anos”, explica o texto. “Essa ‘chave ocular’ não é estocada em forma de imagem, e sim em um formato codificado, o que o protege de piratarias eventuais”, completa. O método, que apresenta um índice de fiabilidade de 98%, tem interessado tanto que o gigante asiático Alibaba decidiu comprar a EyeVerify, uma das startups americanas mais cotadas na área de biometria ocular.
     Outro sistema que chama a atenção é o desenvolvido pela coreana Samsung, que consiste em usar a rede de veias da mão como método de identificação. O dispositivo, que já foi patenteado mas ainda não é comercializado, seria usado nos relógios conectados, que só funcionariam se acionados pelo proprietário, e que poderiam servir para efetuar pagamentos ou abrir portas, explica a reportagem.
     Na mesma linha da gigante coreana, a Apple acaba de registrar a patente sobre um método que se baseia na frequência cardíaca. Complexo, o sistema parte de um dispositivo que mede a oxigenação do sangue e, por consequência, a pulsação. Essa “assinatura cardíaca” substituiria o “Touch ID” dos iPhone atuais na hora das transações Apple Pay.

Abre-te Sésamo
     A França também aparece como pioneira nos sistemas do gênero. Um dos exemplos é o do projeto desenvolvido pelo Banque Postale, uma das mais tradicionais instituições bancárias do país, ligada aos Correios, que está implementando um dispositivo de reconhecimento vocal. “Para validar uma compra, o cliente recebe um telefonema em seu celular e deve pronunciar uma frase que vai lhe permitir ser identificado”, segundo a revista do Les Echos.
     A Amazon também se interessa pelo assunto, e já registrou várias patentes ligadas aos métodos alternativos de identificação. Além do sistema de reconhecimento do desenho da orelha durante o contato com o telefone celular, que a empresa estuda junto com Yahoo!, a gigante do comércio online pesquisa uma forma de identificar seus clientes por meio de uma selfie. “Para evitar que os hackers usurpem sua identidade utilizando uma fotografia, o usuário deverá fazer um gesto, como um sorriso ou dar uma piscada de olho”, conta a reportagem, lembrando que Alibaba e MasterCard também pesquisam dispositivos similares.
     Já Google gostaria de ir além e substituir todos os códigos secretos ligados ao sistema Android por um dispositivo que misture os reconhecimentos facial e vocal a vários dados comportamentais, como o ritmo de digitação do usuário e seus locais de conexão, por meio da geolocalização. Mas Google garante, para aqueles que temem por sua privacidade, que todas essas informações “serão usadas apenas para o reconhecimento dos clientes”, precisa a reportagem.
 
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