Agressão na periferia de Paris relança tensão entre policiais e população do subúrbio
Autoridades temem a explosão de uma nova onda de violência como a ocorrida em Clichy sous-bois, em 2005, na França, depois da agressão ao jovem Theo em Aulnay sous Bois, violentamente agredido por um policial
Internacional - 09/02/2017

Policiais montam guardam em Aulnay sous Bois - Créditos: GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP
Dezenas de pessoas foram detidas nos últimos dias na cidade, situada em Seine Saint-Denis, periferia pobre da região parisiense.
Os tumultos se multiplicaram depois do grave incidente envolvendo o jovem Theo, no último dia 2 de fevereiro. Durante uma batida policial, um dos agentes é suspeito de ter introduzido um cassetete no reto do rapaz, provocando lesões que poderiam ter sido fatais, segundo os médicos que o atenderam na delegacia.
O caso reaviva a memória da morte dos jovens Zyed Benna e Bouna Traoré, que morreram eletrocutados ao tentar escapar de dois policiais em Clichy, e relança o debate sobre a atuação da polícia neste e outros bairros.
Em entrevista ao jornal Le Parisien, alguns agentes, que patrulham a área com frequência, declararam que, em determinados locais, as intervenções são impossíveis sem tumulto.“Os jovens são sistematicamente violentos, é uma guerra de território”, disse ao jornal o representante do sindicato de polícia Alliance. De acordo com ele, o tumulto em Aulnay pode desencadear a violência em outros subúrbios. “O policial é o inimigo”
Outros membros do sindicato afirmam que, em alguns bairros, “a polícia é o inimigo” e eles sempre são alvo de insultos. Qualquer tentativa de abordagem pode acabar em violência, dizem, que muitas vezes justifica o uso de balas de flash-ball, por exemplo. Certa vez, descreve um policial, um carrinho de supermercado foi atirado do primeiro andar contra uma viatura.
"Jovens tratados de maneira diferente"
O outro lado da história não convence uma boa parte da população. É o caso de Virgil, 30 anos, professor em Seine Saint-Denis, que participou de uma manifestação ontem em Paris reunindo 250 pessoas, convocada por um coletivo anti-facista. Em uma entrevista ao jornal Le Monde, ele afirma que uma parte da polícia “é racista” e que os jovens dos subúrbios não são tratados da mesma maneira que os outros franceses.
Os tumultos se multiplicaram depois do grave incidente envolvendo o jovem Theo, no último dia 2 de fevereiro. Durante uma batida policial, um dos agentes é suspeito de ter introduzido um cassetete no reto do rapaz, provocando lesões que poderiam ter sido fatais, segundo os médicos que o atenderam na delegacia.
O caso reaviva a memória da morte dos jovens Zyed Benna e Bouna Traoré, que morreram eletrocutados ao tentar escapar de dois policiais em Clichy, e relança o debate sobre a atuação da polícia neste e outros bairros.
Em entrevista ao jornal Le Parisien, alguns agentes, que patrulham a área com frequência, declararam que, em determinados locais, as intervenções são impossíveis sem tumulto.“Os jovens são sistematicamente violentos, é uma guerra de território”, disse ao jornal o representante do sindicato de polícia Alliance. De acordo com ele, o tumulto em Aulnay pode desencadear a violência em outros subúrbios. “O policial é o inimigo”
Outros membros do sindicato afirmam que, em alguns bairros, “a polícia é o inimigo” e eles sempre são alvo de insultos. Qualquer tentativa de abordagem pode acabar em violência, dizem, que muitas vezes justifica o uso de balas de flash-ball, por exemplo. Certa vez, descreve um policial, um carrinho de supermercado foi atirado do primeiro andar contra uma viatura.
"Jovens tratados de maneira diferente"
O outro lado da história não convence uma boa parte da população. É o caso de Virgil, 30 anos, professor em Seine Saint-Denis, que participou de uma manifestação ontem em Paris reunindo 250 pessoas, convocada por um coletivo anti-facista. Em uma entrevista ao jornal Le Monde, ele afirma que uma parte da polícia “é racista” e que os jovens dos subúrbios não são tratados da mesma maneira que os outros franceses.
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