Flynn, secretário de Segurança de Trump, renuncia depois de conversa com embaixador russo

O general da reserva Michael Flynn renunciou nesta segunda-feira (13) ao cargo de secretário da Segurança Nacional do presidente americano Donald Trump


Internacional - 14/02/2017
O general da reserva Michael Flynn
O general da reserva Michael Flynn - Créditos: REUTERS/Carlos Barria
     Esta é a primeira baixa na equipe mais próxima de Trump, apenas quatro semanas depois da posse do republicano. O general da reserva, Joseph Kellogg, ocupará de forma interina o posto de conselheiro de Segurança Nacional, de acordo com o governo.
     Em dezembro, quando Barack Obama ainda era presidente dos Estados Unidos, Flynn manteve uma conversa com o embaixador da Rússia em Washington, Sergei Kislyak, sobre as sanções americanas contra Moscou.
     Na carta de demissão, Flynn admite que "transmitiu sem querer ao vice-presidente eleito informações incompletas sobre suas conversas telefônicas" com o embaixador russo. De acordo com o texto de renúncia, ele pediu desculpas ao vice-presidente Mike Pence e ao presidente Trump.
     Algumas horas antes do anúncio da renúncia, o porta-voz da presidência, Sean Spicer, havia admitido que Trump avaliava a situação criada por Flynn e estava em contato com Pence para analisar o tema. Os congressistas democratas exigiam que Flynn renunciasse ou fosse demitido, enquanto os republicanos haviam optado por permanecer em silêncio.

Polêmica explodiu em janeiro
     A polêmica explodiu em janeiro, quando veio à tona uma conversa entre Flynn e Kislyak. Mas, agora, o ex-conselheiro nega ter abordado o tema das sanções americanas contra Moscou. Em 15 de janeiro, cinco dias antes da posse de Trump, Pence apareceu em vários programas de TV para defender Flynn e reiterar que não fez menção à questão nas conversas com Kislyak.
     Mas os jornais The Washington Post e The New York Times informaram na sexta-feira passada que os serviços de Inteligência descobriram que Flynn disse ao embaixador russo que o governo Trump poderia rever as sanções quando chegasse à Casa Branca.

Nomeação controversa
     O legislador democrata Adam Schiff, membro do Comitê de Inteligência, havia solicitado a demissão ou renúncia do secretário depois da revelação. As conversas privadas com o diplomata russo aconteceram quando o governo de Barack Obama preparava um novo pacote de sanções contra Moscou, em represália à suposta interferência na campanha presidencial para favorecer Trump.
     As agências de inteligência americanas já concluíram que o próprio presidente russo, Vladimir Putin, interferiu nas eleições. A administração Obama anunciou sanções em 29 de dezembro contra quatro cidadãos russos e cinco empresas. Também expulsou 35 diplomatas.
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